Em 5 de junho celebra-se o Dia Mundial do Meio Ambiente, dia em que se iniciou a 1ª
Conferência da ONU para o Meio Ambiente, sediada em Estocolmo, na Suécia, em 1972. Nesta
época, o mundo começava a pensar nos problemas complexos que poderíamos enfrentar
quanto aos recursos naturais e já havia algumas conversas e discussões sobre a água, desastres
naturais, clima e alimento. Apesar disso, o tema ainda parecia bem distante, assim como as
discussões políticas e as pesquisas científicas.
Nesses mais de 50 anos, as Conferências da ONU sobre o tema estiveram presentes em 25
países, onde cada nação-anfitriã trouxe suas demandas objetivas e mostraram uma tentativa
de sensibilizar que o meio ambiente vai além das florestas, fauna, rios, mares… e que inclui
também a natureza da vida, o ser humano e a sua qualidade de vida – uma rede intrincada,
delicada e complexa, interdependente com equilíbrio dinâmico.
Qualquer ação tem uma reação e até a inação tem uma reação. Isso não é apenas uma Lei da
Física, é a representação objetiva da vida na prática, na realidade, no cotidiano. Mesmo
quando não conseguimos “ver” ou “perceber”, essa Lei se cumpre. E se cumpre na totalidade
do único ambiente conhecido que possibilita a vida tal qual conhecemos: o nosso planeta.
Todos estamos num só planeta, uma só Terra. Este foi o primeiro slogan “Only one Earth” da
Conferência Mundial do Meio Ambiente, que se repetiu 50 anos depois, em 2022, no seu paísanfitrião, a Suécia.
Após tantos chamamentos a refletirmos anualmente sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente, o
que temos? Motivos para festejar? Desafios superados? Novos problemas ou problemas
antigos ainda sem proposta de solução? Enquanto humanos, qual o balanço que podemos
fazer entre gerar soluções e gerar problemas à vida?
Em várias dessas Conferências foram discutidos temas como: pobreza, produtos químicos
tóxicos, camada de ozônio, direitos humanos, sustentabilidade, metas de desenvolvimento,
cidades verdes, desertificação, aquecimento global, economia verde, desperdício de alimentos,
consumo sustentável, comércio ilegal de vida selvagem, biodiversidade, poluição plástica e
poluição do ar… mas, ainda assim, a percepção da interligação de todos esses temas nos
parece inacessível. Ainda não assumimos que esses “problemas” não têm fronteiras, não são
de uma só comunidade ou população, de um só país ou continente. Precisamos pensar
globalmente no único palco conhecido da vida, o Planeta Terra. Já tivemos muito tempo para
pensar (50 anos é mais que uma vida…); é necessário agir com sabedoria a favor da vida e, agir
nesse instante.
Salvar vidas, pessoas e meio ambiente precisa estar em cada inspiração de ar aos nossos
pulmões, em cada gota de água para nossa sede, em cada alimento para nossa fome.
Precisamos de muito mais ainda: decidir nosso consumo e nosso descarte, decidir nosso
presente e nosso futuro. Leandro Karnal escreveu: “Todo ato meu fala de mim.” E, como somos
um Corpo, Corpo de Bombeiros do Coração do Brasil, que nossos atos de proteção ao meio
ambiente falem de nós. Continuando, todo ato nosso fala de nós e aqui podemos ver, de
verdade, como mudanças de comportamento individuais tem o poder de provocar mudanças
mais e mais amplas, que só o ser humano tem a capacidade de ofertar ao ambiente no qual
vive: o exemplo.
Em casa, no ambiente de trabalho, na comunidade, na rua, na cidade… Como humanos, com
capacidade de viver em sociedade, as mudanças comportamentais tendem a se tornar força e
fomentar outras modificações em níveis de regras de convivência mais humanas. Aqui,
sonhamos com regras de convivência de mais respeito com a vida, multidiversa e farta, vida
em abundância.
Boa reflexão!
Um ótimo Dia Mundial do Meio Ambiente 2023!
Por TC Maria Luiza, engenheira florestal
Excelente texto! Reflexões importantes, necessárias e urgentes!!!
Parabéns TC Maria Luiza por compilar informações e dados tão ricos em um só texto!
Obrigada por sua interação conosco.
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