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Os Sete Princípios de Sucesso da Educação Corporativa

O Treinamento e Desenvolvimento (T&D) tradicional das empresas era focado em capacitações pontuais para desenvolver habilidades específicas do trabalhador. No entanto, a era do conhecimento e as mudanças constantes do mundo VUCA (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) exigiram maior conexão entre o T&D e a estratégia do negócio. Assim, ampliou-se o papel do T&D para englobar o aprendizado humano nas organizações sob a perspectiva da Educação Corporativa (EC), cujo conceito tem origem nos trabalhos de Jeanne Meister com a criação das Universidades Corporativas.


A educação corporativa pode ser entendida como um processo no qual funcionários de todos os níveis estão envolvidos em um aprendizado contínuo e permanente para o desenvolvimento de competências individuais e organizacionais, que tem como missão favorecer o alcance das metas organizacionais. Nesse sentido, a autora Marisa Eboli definiu sete princípios de sucesso da EC. Vamos a eles!

Princípios da Educação Corporativa

Fonte: (EBOLI, 2004).

O princípio da competitividade significa valorizar a educação como forma de desenvolver o capital intelectual, transformando efetivamente os colaboradores em fator de diferenciação da empresa. Para que o sistema de educação corporativa seja bem-sucedido é preciso alinhamento entre o desenvolvimento de talentos (competências humanas) e as estratégias de negócio (competências empresariais e organizacionais).


O princípio da perpetuidade tem a ver com a doutrina e os valores que a corporação deseja que sejam transmitidos a fim de perpetuar sua existência. Nesse sentido, a educação corporativa é um dos principais veículos de consolidação, fortalecimento e disseminação da cultura organizacional.


O princípio da conectividade tem o papel de integrar a educação corporativa com a gestão do conhecimento para fortalecer a construção social do conhecimento e a troca de experiências. Um aspecto bastante ressaltado nos projetos bem-sucedidos de educação corporativa é o uso de tecnologias para criar um ambiente organizacional propício à aprendizagem ativa, contínua e compartilhada.


O princípio da cidadania traz o papel de formação de sujeitos capazes de refletir criticamente sobre a realidade organizacional. O profissional da era do conhecimento não é um mero executor de tarefas, ele também contribui para desenvolver a criatividade e a inovação na solução de problemas. As empresas reservam cada vez mais espaço em suas agendas para questões éticas e de responsabilidade social e ambiental.


O princípio da parceria tem dois aspectos: a parceria interna e a parceria externa. Internamente, é fundamental que as lideranças se envolvam e se responsabilizem pela educação e aprendizagem de suas equipes. As parcerias externas conciliam os objetivos do servidor, da organização e da instituição de ensino (externa) para a criação conjunta de programas educacionais a fim de garantir a qualificação da força de trabalho com as competências necessárias à organização.


O princípio da sustentabilidade está atrelado à mensuração dos resultados gerados pela educação corporativa para o negócio da organização. Nesse sentido, devem ser estabelecidos indicadores fidedignos para apurar os resultados dos investimentos em T&D.…

O Início da Trajetória de um Comandante

Com o intuito de extrair e manter registradas as memórias do início do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, neste ano de 2023, foram gravados 38 episódios rememorados pelo Ex Comandante-Geral do CBMDF, Cel. Paulo José.

Esse projeto foi idealizado pelo Comandante Operacional Cel. Eduardo Mundim, na sede do Comando Operacional do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.

A trajetória do Cel Paulo José se entrelaça com a história da transferência do Corpo de Bombeiros para o Distrito Federal e perdura por vários tempos.

Esse episódio retrata o início da carreira do Ex Comandante Geral, Cel. Paulo José, que teve início em 14 de março de 1958, bem como os momentos marcantes daquela época.

O Cel Paulo José nasceu no estado do Rio de Janeiro, em 1939. Seu pai era médico e sua mãe, dona de casa. Estudou no colégio Marista, da quarta série primaria até o terceiro ano científico e considera ter sido um bom aluno.

Quando ingressou no científico começou a se interessar por futebol, jogava razoavelmente bem, e jogou em clubes do Rio de Janeiro, fato que contribuiu para a diminuição as notas escolares e melhora da parte física.

Com o fato das notas escolares não estarem tão boas ao final do curso científico, o pai do Cel Paulo José ficou preocupado, achando que ele não conseguiria passar no vestibular para medicina e comentou com um amigo de trabalho, que por indicação do destino, era filho do subcomandante do corpo de bombeiros.

Esse amigo convenceu o pai do Cel Paulo José que era interessante tirá-lo do meio do futebol e colocá-lo no corpo de bombeiros já que teria uma primeira turma de formação, e que caso ele não se adaptasse, poderia retornar ao meio civil.

À época, o Cel Paulo José ficou sem chão porque a única referência que tinha sobre os bombeiros era que eles andavam em um carro vermelho e jogavam água no fogo. O amigo do pai levou os documentos para que o Cel preenchesse e se inscrevesse dessa forma, no certame.

Durante os exames o Cel ficou muito motivado e seus estudos anteriores contribuíram para que ele ficasse em quarto lugar no concurso.

Na parte de testes físicos teve subida de corda onde o Cel pensou que seria reprovado, mas esse teste foi cancelado do certame, por capricho do destino, e ninguém foi reprovado na subida de corda. Os outros exames foram realizados na escola de educação física do exército, onde ele obteve resultados excelentes, principalmente na corrida de 1500 metros.

O avaliador verificando sua habilidade de corrida, sugeriu que caso fosse aprovado para a corporação, ele poderia treinar no time do Flamengo porque havia um laço de amizade sólida entre o Comandante dos bombeiros e o referido time.

O Cel então entrou para o Corpo de Bombeiros e a primeira semana foi um choque terrível pois ele não sabia nada sobre o negócio dos bombeiros. Não sabia da hierarquia dos postos e nem sobre as rotinas da caserna.

O Cel relata que um dia durante o intervalo das aulas ele estava no pátio em conversa com um bombeiro sobre suas preocupações sobre a aplicação das técnicas de incêndio, quando o militar o encorajou a não se preocupar com a ação de apagar incêndio e sim em fazer o relatório da ocorrência.…

Os Heróis do Resgate 01

Há algum tempo nos acostumamos a ver uma espécie de pássaro, imaginado, sonhado e desenvolvido pelo ser humano, uma ave composta por um enorme aglomerado de peças e metais diversos. Deu-se a essa invenção o nome helicóptero.

O nome tem origem na junção das palavras gregas Helix e Pteron, respectivamente espiral e asas, unidas formam o termo “helicóptero”, denominação para um modelo de aeronave com asas rotativas ou mais comumente conhecidas como hélices. Essa concepção permite que o equipamento decole ou pouse verticalmente, bem como voar para a frente, para trás e para os lados, algo que os tornam versáteis, possibilitando emprego em muitas atividades, em especial aquelas que requerem rapidez e dinamicidade.

Estes equipamentos são muito complexos, têm o funcionamento alicerçado em intricados princípios aerodinâmicos e mecânicos, contudo a rapidez com que os helicópteros podem ser mobilizados torna-os cruciais em casos de acidentes graves, desastres naturais e emergências médicas de alto risco. Há inequívoca vantagem operacional para as instituições empregá-los como recursos estratégicos nas atividades de bombeiros.

Os helicópteros podem transportar equipes de resgate, suprimentos médicos e equipamentos especializados para o local da emergência, acelerando o processo de salvamento e aumentando as chances de sobrevivência de vítimas em situações críticas. Sua versatilidade permite acessar áreas remotas e de difícil acesso, como montanhas, florestas e áreas inundadas.

Há relatos que o helicóptero teve seu conceito desenvolvido há várias centenas de anos, entretanto a ideia moderna do helicóptero foi desenvolvida no início do século XX. Em 1907, o inventor francês Paul Cornu construiu e voou em um helicóptero primitivo que possuía duas hélices contra rotativas.

No entanto, foi Igor Sikorsky, um engenheiro russo-americano, quem projetou e construiu o primeiro helicóptero prático e operacional no final da década de 1930. Seu modelo VS-300, que voou pela primeira vez em 1939, estabeleceu a base para o desenvolvimento dos helicópteros modernos.

Desde então, os helicópteros evoluíram significativamente em termos de design, tecnologia e aplicação, tornando-se uma parte essencial das operações militares, serviços de resgate, transporte de carga e passageiros, entre outras aplicações.

O Corpo de Bombeiros Militar do DF vem usando aeronaves dessa natureza há praticamente três décadas, em serviços de salvamento, emergências médicas, entre outras atividades de proteção à vida e ao meio ambiente. A versatilidade dos helicópteros se reflete na sua importância nas atividades das instituições de salvamento. Em missões de busca e resgate, helicópteros são capazes de acessar áreas que não seriam alcançadas por outros meios.

Incontáveis vidas foram preservadas com o emprego destes equipamentos, em situações críticas e calamitosas. Não há dúvida que é uma das inovações mais valiosas da aviação moderna.

Por outro lado, sabe-se que a aviação operacional é uma atividade de extremo risco. Acidentes com helicópteros acontecem e costumam ter um desfecho trágico, resultando, na maioria das vezes em perda de vidas.

Pilotar e tripular um aparelho de asa rotativa em operação de resgate consiste em atividade de altíssimo risco. São ocorrências que exigem proeminente competência (conhecimento, atitude e habilidade) dos profissionais. Para fazer parte de uma equipe de serviço aéreo é necessário passar por treinamentos dificílimos, que testam a capacidade física, intelectual e emocional dos componentes.…

UMA ANÁLISE DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

EM EDIFICAÇÕES URBANAS

Grandes incêndios em edificações urbanas e acidentes aéreos são eventos de baixa probabilidade de ocorrência, mas que geram graves danos, ocasionando muitas vezes a perda de dezenas ou centenas de vidas, além de danos patrimoniais consideráveis. Um incêndio, além de ter o potencial de provocar inúmeras mortes, também é capaz de destruir por completo uma edificação ou uma indústria.

As semelhanças entre acidentes aéreos e incêndios não param por aí, esses dois tipos de eventos normalmente ocorrem por um somatório de causas e não apenas por uma única causa. Outro ponto em que se assemelham é que, em ambos os casos, investigar as causas e a dinâmica dos acontecimentos é algo de fundamental importância para orientar estratégias de prevenção, evitando que casos semelhantes se repitam.

Contudo, quando nos referimos à preocupação com a prevenção e aos investimentos em segurança, as semelhanças parecem cessar, pois no que se refere à segurança aeronáutica, a necessidade de investimento em equipamentos modernos e a adoção de rígidos padrões de segurança, não é questionada. Curiosamente esse entendimento e essa cultura não se estendem à proteção contra incêndios, onde a segurança parece ser relegada a segundo plano e o incêndio em edificações, muitas vezes é tratado como infortúnio, e não como fruto de imperícia, imprudência ou negligência. Esse comportamento expõe a graves riscos as vidas de centenas de milhões de usuários de edificações em todo o mundo.

Os casos a seguir, apresentados em ordem cronológica, demonstram que a afirmação anterior está longe de ser classificada como um exagero e que, mesmo com a evolução ocorrida ao longo dos últimos anos, no que se refere à tecnologia das edificações e à segurança contra incêndio, ainda estamos distantes de níveis adequados de segurança.

Edifício Joelma (São Paulo/SP-1974) – O incêndio no edifício de 25 andares, onde funcionava a sede administrativa de um banco de investimentos, surgiu em função de um problema elétrico num aparelho de ar-condicionado e propagou-se rapidamente por vários andares. As escadas do edifício, abertas e localizadas no centro dos pavimentos, não eram protegidas contra fogo e fumaça, em cerca de 15 minutos ficaram intransitáveis, impedindo o abandono da edificação. O resultado foi que 187 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas.

(https://pt.wikipedia.org/wiki/Inc%C3%AAndio_no_Edif%C3%ADcio_Joelma)

Lojas Renner (Porto Alegre/RS-1976) – O edifício de 9 pavimentos, onde funcionava as Lojas Renner em Porto Alegre, foi atingido por um incêndio que se iniciou no 3º pavimento, cerca de 300 pessoas encontravam-se no interior da loja, 41 pessoas morreram e outras 60 ficaram feridas. Muitas vítimas se jogaram do último andar, pois em função do bloqueio das rotas de saída por fumaça e fogo, por não haver outra opção, subiram para o terraço do edifício, o que dificultou as operações de resgate.

(https://ssp.rs.gov.br/nos-45-anos-do-incendio-das-lojas-renner-igp-recorda-laudos-que-revelaram-causas-da-tragedia)

Vila Socó (Cubatão/SP-1984): Uma falha operacional provocou um vazamento de 700 mil litros de gasolina oriundos de um duto de uma refinaria de petróleo da Petrobrás, para um mangue às margens da via Anchieta, onde se situava a comunidade da Vila Socó, edificada sobre palafitas. …

Esperança sobre rodas

De uma forma geral as pessoas conhecem a missão institucional do Corpo de Bombeiros: a proteção de vidas e patrimônio. É provável que também, ainda que de forma empírica, saibam que as viaturas são imprescindíveis para alcançar os objetivos inerentes à missão institucional.

As viaturas ou carros de bombeiros surgiram no século XVIII, quando eram movidos por tração animal, algo que perdurou por mais de um século até o surgimento dos veículos movidos a vapor. Essa memória destoa das atuais viaturas que são equipamentos ultramodernos.

Em um olhar mais técnico as viaturas fazem parte da composição dos recursos estratégicos do atendimento corporativo. Mais de 99% de todas as ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros têm o uso de viaturas.

A corporação atende a uma imensidade de tipo de ocorrências, existem as de combate ao incêndio (urbanos e florestais), atendimento pré-hospitalar, salvamento (terrestres, em altura, em estruturas colapsadas), produtos perigosos e ações de proteção civil.

Por sua vez, a composição da frota guarda vínculo com a natureza das ocorrências, assim, há uma gama de veículos preparados para carregar as equipes, engenhos e equipamentos necessários para o devido atendimento. De motocicletas a caminhões de grande porte, utilizados para transporte de equipamentos, de passageiros ou ambos, essas ferramentas influem diretamente na consecução do cumprimento das premissas corporativas.

As viaturas usadas nas inúmeras atividades da Corporação são as locomotivas que trazem consigo os recursos humanos e equipamentos necessários ao correto atendimento. Toda a estratégia de acolhimento às ocorrências ocorre em função desses recursos.

Desde criança as viaturas de bombeiros me causam enorme fascinação, consigo me reportar ao início da década de oitenta, quando ainda criança passava pelo quartel de Taguatinga, o antigo 2º Grupamento de Incêndio, e ficava encantado com as viaturas estabelecidas no pátio da unidade, em especial com a escada Magirus, totalmente estabelecida e arvorada (estirada, pronta para atuação), em que seu engenho parecia uma escada capaz de nos levar próximo ao céu.

Outra memória presente, tão viva quanto as luzes dos sistemas de iluminação, tão peculiares nas viaturas, é de muitas vezes ter ficado perplexo ao ver aqueles comboios passando apressadamente nas rodovias, deixando pelo caminho o eco das sirenes.

Era um tempo em que eu não sabia que dentro daquelas viaturas andavam pessoas obstinadas pelo seu dever de ajudar outras pessoas.

Estes bombeiros são profissionais altamente treinados para enfrentar as mais diversas situações emergenciais e inesperadas.

As pessoas conhecem essa realidade e desse saber nasce a expectativa, que toda vez que uma viatura passa leva a esperança para quem precisa de ajuda. E em cada atividade de bombeiro encontra-se uma lição, entendemos que não adianta existir sem viver, que a vida é uma frágil ponte suspensa por cordas igualmente frágeis, ligando dois penhascos, o nascimento e a partida.

Para a sociedade as viaturas representam o acolhimento, o braço estendido na hora da dificuldade, a chegada de um veículo de bombeiros, concebe a expectativa de um atendimento em circunstância de risco para a vida humana, a esperança de que mesmo sem o controle do futuro, que dias ensolarados não se tornem cinzentos em um piscar de olhos.…

Uma História de Combate a Grandes Incêndios

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal é uma instituição de valor inestimável para a segurança da população brasiliense. Ao longo dos anos, esses bravos homens e mulheres têm se dedicado a combater incêndios de grandes proporções, arriscando suas vidas para proteger vidas e patrimônios. Neste post, vamos explorar alguns dos fatos históricos que destacam a coragem e a eficiência do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal no combate a incêndios de magnitude.

  • O Incêndio na Torre de TV:

Um dos momentos mais desafiadores na história do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal ocorreu em 1970, quando um incêndio irrompeu na Torre de TV de Brasília. Essa icônica estrutura, que é um dos principais cartões-postais da cidade, estava envolta em chamas, ameaçando a sua estabilidade. Os bombeiros enfrentaram altas temperaturas e uma luta incansável para controlar o fogo. Graças à sua coragem e perícia, conseguiram extinguir as chamas, preservando um símbolo importante da capital.

  • O Incêndio no Shopping Conjunto Nacional:

Em 1986, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal enfrentou um dos maiores incêndios da história de Brasília. O Shopping Conjunto Nacional, localizado no coração da cidade, foi tomado pelas chamas. O fogo se espalhou rapidamente, colocando em risco a vida de muitas pessoas e a destruição de diversos estabelecimentos comerciais. Os bombeiros lutaram incansavelmente contra o fogo, utilizando todos os recursos disponíveis para conter a tragédia. Sua ação rápida e eficiente foi fundamental para controlar o incêndio e evitar uma catástrofe ainda maior.

  • O Incêndio no Teatro Nacional:

Em 2008, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal enfrentou mais um desafio significativo: um incêndio no Teatro Nacional Claudio Santoro. Esse importante marco cultural de Brasília estava em chamas, ameaçando um patrimônio histórico e artístico. Os bombeiros responderam prontamente, trabalhando em condições adversas para controlar o fogo e evitar danos irreparáveis. Sua atuação foi crucial para salvar parte do teatro e preservar sua importância para a cidade.

  • O Combate aos Incêndios em Áreas de Preservação Ambiental:

Além de combater incêndios urbanos, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal também desempenha um papel fundamental na proteção das áreas de preservação ambiental que cercam a capital. Durante os períodos de seca, os incêndios florestais representam uma grande ameaça à biodiversidade local e ao equilíbrio ecológico. Os bombeiros atuam de forma incansável, muitas vezes em terrenos difíceis e inacessíveis, para controlar esses incêndios e preservar a natureza.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal tem uma história rica em coragem, dedicação e bravura no combate a grandes incêndios. Ao longo dos anos, esses heróis têm demonstrado uma capacidade notável de resposta e um compromisso inabalável com a segurança da população e a preservação do patrimônio. Seja enfrentando incêndios urbanos, protegendo monumentos importantes ou combatendo incêndios em áreas de preservação ambiental, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal é uma força vital para a segurança e o bem-estar de Brasília.

Jeann Wilson Aguiar Cavalcante

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DIA DO VETERANO

A data de 04 de julho ficou instituída como Dia do Bombeiro Militar Veterano, por meio da Lei nº 6.313/2019, e visa reconhecer a bravura destes militares.

A intenção da Lei foi trazer ainda uma nova denominação ao bombeiro militar reformado e da reserva, que a partir daí passaram a ter a denominação de VETERANOS.

30 anos!

Essa é a famosa expressão para designar o tempo de serviço que precisar ser alcançado para se obter o direito à reserva remunerada. É uma regra que tem suas exceções. Para alguns foi mais, para outros menos.

Mas é o tempo de uma vida para todos.

Uma vida dedicada ao lema “Vidas Alheias e Riquezas Salvar”.

Uma vida dedicada ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.

Dia após dia, no cumprimento dos deveres e das missões dedicadas à conservação, proteção, resgate e salvamento de vidas, bens e meio ambiente da comunidade. E nada se iguala a satisfação que o cumprimento do dever traz.

Após concluírem todas as missões e com a certeza do dever cumprido, exercendo o que de melhor sabem fazer, que é servir, muitos “penduram as chuteiras” como dizem por aí. No caso dos Bombeiros, penduram as botas, com as quais pisaram o solo de incontáveis locais de socorro.

Fica o nosso agradecimento pela amizade, pelas lições de vida, pelo exemplo, pelo ensinamento repassado, pelo conhecimento compartilhado, pela abnegação no comprimento do dever bombeiro-militar.

São merecedores do direito que conquistaram, são merecedores de todas as honras e reconhecimentos, são merecedores de nossa continência mais orgulhosa, pois honrar o passado em prol do entendimento do presente é essencial para a construção de um futuro sempre melhor. Saibam que o nosso hoje foi construído por cada um de vocês.

Nossa gratidão a todos os guerreiros e guerreiras que hoje estão na Reserva Remunerada. Sem os senhores e senhoras nunca teríamos chegado até aqui. E a nossa realidade institucional atual seria diferente.

Parabéns por honrarem o cinto vermelho, o nosso lema, as nossas tradições e a nossa profissão.

A casa é, e sempre será, dos senhores e senhoras!

Muito obrigado e que Deus dê vida longa aos Veteranos e Veteranas!

MAJ QOBM/Intd Cleonio

Crédito da foto: @marciovazfotografia.arte

SER BOMBEIRO(A) Arrepiar-se ao som da sirene, mesmo de folga

Parar o carro no acostamento da rodovia, em plena viagem de férias, para prestar socorro ao acidente que acabou de acontecer.
Sentir a pele ardendo pelo calor das chamas, até ver extinta a última fagulha;
É pensar no filho ao socorrer uma criança.
É socorrer alguém infartando e pensar: meu Deus, foi esse mal que me deixou órfã de pai e de mãe.
É experimentar um misto de gratidão e angústia ao socorrer um morador de rua assolado pela madrugada gelada. Lembramos que, em algum lugar, existe uma cama quentinha nos esperando. Pensamos, também, que talvez aquela vida tenha uma mãe, em algum lugar pensando nela.
É ouvir em meio ao caos, vozes de alívio gritando: “Graças a Deus os Bombeiros chegaram”!
É atender um acidente automobilístico de madrugada, se deparar com um adolescente sem vida, e a mãe ligando sem parar no celular dele. Nossas pernas tremem enquanto os integrantes da guarnição trocam olhares angustiados.
É fazer amigos, é dar gargalhadas no pátio do quartel, é torcer para que chegue logo o próximo plantão para desabafar com o(a) amigo(a) que tanto te entende;
É se apaixonar pelo(a) colega de farda, namorar, casar, ter filhos, formar uma família. Sim, acontece, ainda não criaram um regulamento rígido o suficiente para impedir o amor de se manifestar. As paixões também nascem em meio às continências.
É mostrar garbo e elegância nos desfiles de 7 de setembro. É se emocionar cantando o hino nacional, o hino à bandeira e a canção do soldado do fogo em nossas solenidades;
É entender que, dentro da farda, representamos uma instituição de maior credibilidade do mundo.
É colocar as nossas dores no bolso da gandola para dar suporte a quem precisa.
É sentir o ônus da responsabilidade, e o bônus do reconhecimento.
É ser o primeiro a ser lembrado pelos vizinhos quando algo foge à normalidade;
É chorar enquanto escreve este texto.
Ivonete Rosa…

Reflexões Sobre Um Passado De Lutas

Neste 2 de julho de 2023, comemoraremos a passagem de mais um aniversário do CBMDF, Corporação altruísta, fraterna e filantrópica cuja trajetória sempre foi marcada pelas incertezas, imprevistos, improvisações, incompreensões e aventuras, embora jamais tenha sido reconhecida como um símbolo de vencidos.

            Ao refletirmos sobre a história destes 167 anos de existência, não só nos deparamos com uma riqueza de ações heroicas, registradas em inúmeras páginas de abnegação, estoicismo e sacrifício, merecedoras de aplausos, como percebemos quão dura foi esta caminhada, o que valoriza sobremaneira o conhecimento de nossas raízes. O CBDF ao longo das décadas vividas no Rio de Janeiro, subordinado ao Ministério da Justiça e Negócios Anteriores – MJNI foi sempre lembrado, reconhecido e admirado por sua capacidade operacional, fruto de muita luta, dedicação, destreza e trabalho redobrado de seus integrantes, comprometidos exclusivamente com a sagrada missão de “vidas alheias e riquezas salvar”. Este cenário, de uma instituição militar totalmente voltada para as suas atividades profissionais começou a ruir no início do ano de 1960, atingindo seu ápice em 1963. Neste período, poderíamos citar vários fatos que ensejaram alterações substanciais no nosso dia a dia e com os quais, não estávamos preparados para conviver. Citaremos apenas os dois mais relevantes, que mudaram as estruturas até então existentes. O primeiro foi a promulgação da Lei nº 3752, de 14 de abril de 1960, que criou o Estado da Guanabara e transferiu, compulsoriamente, as duas Corporações Militares PM e CB para o âmbito estadual. Deixaram em consequência de existirem a PMDF e o CBDF, que passaram a se denominarem PMEG e CBEG. O segundo foi a publicação, no dia 17 de julho de 1963, da Lei Federal nº 4242, conhecida como lei da opção, importante por conceder aos militares transferidos ao Estado da Guanabara, ainda na ativa, o direito de retornarem ao serviço da União, desde que o requeressem ao Ministério da Justiça, no prazo de 90 dias. Em síntese, determinava que o deferimento dos pedidos ficaria condicionado à existência de vaga, após a constituição das Corporações por meio da legislação que lhes fosse aplicada e da reorganização dos seus respectivos quadros, permanecendo os requerentes no Estado da Guanabara até que pudessem ser transferidos para a Capital Federal. Somente após a solução de todos os requerimentos, tempestivamente apresentados, o Departamento de Administração do MJNI publicaria, no Diário Oficial da União a relação geral dos despachos proferidos pelo Ministro da Justiça.

            Infelizmente, o governo federal ignorou as regras que ele mesmo fixara descumprindo-as totalmente e utilizando a lei, independente de nossa vontade, como arma política, no enfrentamento com o Estado da Guanabara. Iniciou os deferimentos já a partir de dezembro, sem levar em consideração os ditames legais que claramente determinavam a necessidade da constituição das novas corporações e da existência de vagas. Do confronto, resultou uma ordem do Governador do Estado da Guanabara no sentido de que todos aqueles que optassem e tivessem seu pedido atendido, fossem imediatamente desligados do serviço ativo das corporações. Esta ordem foi rigorosamente cumprida pelo CB e destroçou a Corporação, deixando marcas profundas no emocional de toda uma geração, que se viu quase abandonada à própria sorte.…

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