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Prevenção de Incêndios em Condomínios Verticais: Projeto Águas Claras Sem Chamas

A prevenção de incêndios em condomínios verticais, carece de conhecimento prévio da utilização correta dos recursos, disponíveis para controlar uma situação inicial de emergência, sem gerar pânico ou agravamento do problema.

Em um ambiente coletivo de moradias é extremamente importante adotar ações preventivas com o intuito de minimizar perdas humanas e materiais. Para que isso se torne uma rotina é necessário que todos os moradores saibam como agir em casos de emergências, para assim agilizar o processo de evacuação, auxiliando os funcionários do edifício e o Corpo de Bombeiros, evitando pânico, confusão, desorientação, falta de comunicação e acidentes.

Os recursos, obrigatoriamente, existentes nas edificações, vão desde placas de sinalização, saídas de emergência e alarmes de detecção de fumaça, até extintores de incêndio, hidrantes de parede e disponíveis nos halls das unidades, até sprinklers automáticos localizados em locais coletivos, dependendo da necessidade de condomínio.

E você, morador? Já se perguntou, em caso de ocorrência real de incêndio no seu bloco, o que você precisaria fazer?

  • Existe no seu condomínio um Plano de Evacuação ou Plano de Abandono de Área?
  • Quais são as diretrizes para moradores do bloco em caso real de incêndio?
  • Quais os procedimentos que devem ser tomados pela administração do condomínio e pelos funcionários de plantão?
  • O que são as vias de fuga e como sair de sua unidade em segurança?
  • Teria condições de efetuar ou auxiliar um primeiro combate em caso de princípio de incêndio em seu apartamento ou em seu vizinho?
  • Tem conhecimento de como utilizar efetivamente e com segurança os dispositivos preventivos localizados no hall de sua unidade?
  • Qual o número de telefone do Grupamento do Corpo de Bombeiros Militar de sua cidade?

Muitas questões a serem respondidas, não é mesmo?

Na hora da emergência é preciso saber todas as respostas.

  • Identificar as forças, oportunidades, riscos e vulnerabilidades do condomínio para que os moradores e colaboradores do condomínio possam adotar as ações iniciais de combate ao princípio de incêndio.
  • Estabelecer os procedimentos para evacuação de emergência, normas para acionamento de alarmes e diretrizes para orientação dos moradores sobre o que deve ser feito em caso de saída rápida de suas unidades.
  • Ter um plano para designar as funções dos colaboradores de plantão e elaborar um plano de comunicação interna do condomínio.
  • Entender que o problema ocorre aonde a prevenção é falha e o sucesso de uma operação de evacuação/combate/salvamento depende muito de que todos tenham o conhecimento do que fazer e como fazer, na hora que algo tiver que ser feito.

Por isso, a FUNDAÇÃO 193, juntamente com o CBMDF está efetivando o PROJETO ÁGUAS CLARAS SEM CHAMAS, disponibilizando um guia com orientações sobre o que deve ser feito em casos de incêndios em edificações, para aliados à comunidade local, debater o assunto “PREVENÇÃO DE INCÊNDIO”, tendo por objetivo salvar vidas e patrimônios.

O guia conta com dicas de procedimentos e ações básicas em casos de emergência, sendo de fácil leitura para um entendimento que englobe todos os residentes nos condomínios de residenciais verticais do DF.

Conhecimento salva!…

A Transferência da Capital Federal para Brasília

Com o objetivo de manter registradas as memórias do início do Corpo de Bombeiros em Brasília, apresentaremos hoje a adaptação do segundo episódio do Projeto criado em 2023, pelo Comandante Operacional à época, Cel Eduardo Mundim, que trata da Transferência da capital Federal para Brasília.

O Cel Paulo José relembrou como foram as tratativas da transferência do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro para Brasília assim como era a vida na caserna no CBDF ( Corpo de Bombeiros do Distrito Federal).

A leitura de futuro das pessoas que estavam à frente da corporação, à época, fez toda a diferença para a continuidade dessa nobre instituição que é hoje, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.

Com a previsão da mudança da capital Federal para Brasília, em 1959, foi publicado um decreto que estabelecia as normas de como seriam as transferências dos órgãos federais que estavam no Rio de Janeiro. Na ocasião o Corpo de Bombeiros era subordinado ao Ministério da Justiça.

O General Rafael de Souza Aguiar, então Comandante Geral, veio à Brasília e se encontrou com os profissionais da NOVACAP (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil) e em seu retorno, reuniu a tropa para relatar que não havia previsão de bombeiros em Brasília, pois Brasília estava sendo construída para não pegar fogo.

A partir dessa informação o Comando se mobilizou para analisar aquela não previsão, e foi realizada uma pesquisa entre os oficiais com o objetivo de verificar a viabilidade do CBDF não ser transferido para a nova capital, no entanto, a maioria dos oficiais optou por manter o vínculo com a União, e consequentemente, também ser transferido para Brasília, como os demais órgãos federais.

O comandante então tomou providências para que fosse criado um Corpo de Bombeiros em Brasília, apesar de não haver essa previsão, através de documento enviado à Assembleia Legislativa.

No dia da inauguração de Brasília, 21 de abril de 1960, uma guarnição de bombeiros foi designada a ir ao evento para fazer a segurança , apesar da não previsão de existência de Corpo de Bombeiros em Brasília.

O Cel Paulo José fez um relato riquíssimo sobre a criação do Estado da Guanabara e a transferência de todos os órgãos para esse novo estado, inclusive do quantitativo do efetivo do Corpo de Bombeiros da época.

Explicou como foi o procedimento de transferência do CBDF para o novo estado e citou fatos curiosos, comuns àquela época, como por exemplo o de que o pagamento mensal dos bombeiros era feito em envelopes pois não havia agências bancárias.

Lembrou com muito entusiamo e alegria de alguns fatos ocorridos com a turma, antes da data da formatura, assim como missões das quais participou, da criação da banda de música, de alguns fatos relacionados ao comando do Cel Alves Pinheiro, que foi Comandante no Corpo de Bombeiros em Brasília, além de algumas análises dos acontecimentos da época que poderiam alterar o curso e o futuro do então CBDF, já que o estado da Guanabara não tinha receita própria, ou seja, utilizava os recursos da união.…

Vamos Conversar Sobre Árvores?

Em Brasília, habitamos uma cidade arborizada e, na maior parte do nosso dia, não lembramos que as árvores estão em todos os espaços onde circulamos… mas então, quando conversamos sobre elas?

Aposto que, em boa parte das vezes, em situações muito peculiares. Sim, é verdade: os brasilienses falam (e fotografam) muito da beleza das árvores floridas de ipês de todas as cores durante a estiagem, verdade!!! Mas, fora o período de floração dessa espécie, quando mais conversamos sobre elas? Em situações desastrosas, né? Nos dias de calor extremo os motoristas disputam as vagas com sombra nos estacionamentos, as pessoas se espremem debaixo da sombra das árvores para aguardar o ônibus…
E quando uma árvore cai numa via de circulação… “chamem o Corpo de Bombeiros para desobstruir a passagem, é urgente!!!” A manchete da reportagem traz: queda de árvore traz prejuízos.

A civilização moderna se aglomera cada vez mais em cidades, os espaços estão cada vez mais ocupados e valorizados, e dar lugar ou manter as árvores pode ser considerado desperdício. Mesmo quando plantamos árvores, deixamos um espaço mínimo de solo e, se possível, cimentamos até o cantinho do tronco que sai do chão (para não fazer “sujeira”). Ainda queremos que ela não suje o terreno, não cresça acima do telhado, não incomode os vizinhos, não estrague muros e calçadas… Muitas vezes plantamos árvores que gostamos, porém não pensamos no ciclo de vida dela: o tamanho, o formato, as raízes, as interações biológicas. Esquecemos que as árvores nativas do bioma que habitamos, o Cerrado, estão adaptadas e coevoluídas naturalmente aqui.

Quando o tempo fecha e vêm as tempestades ou a fumaça dos incêndios, ficamos encobertos pelas nuvens ou pela fumaça ou pela poeira… e então, lembramos que vivemos num lugar em que vida depende de vida. (E em todos os lugares, vida depende de vida!) Como esquecemos disso? E uma pergunta surge: o que fazemos pela vida? Pela minha vida? Pela nossa vida? E, de que vida especificamente estamos tratando aqui?

Nesse texto, queremos tratar da vida das árvores, especificamente da vida das árvores plantadas em nossas cidades. Cuidamos das árvores em áreas urbanas? Como podemos colaborar para o bem-estar delas? As árvores, como outras plantas, não chamam a atenção pelos latidos ou miados, como os simpáticos pets; e nem por isso, devem ser desprezadas ou neglicenciadas nos cuidados que podemos oferecer. Quando o poder público faz um plantio de uma muda de árvore próximo ao meu caminho de ir e vir, ou a minha casa, ou ao meu trabalho, ou a minha escola, como eu – indivíduo e cidadão – , posso colaborar para que ela viva e venha a tornar-se uma linda e saudável árvore adulta?

Como eu vejo essa muda de árvore plantada na minha cidade? Mais um ponto de dejetos de meus animais de estimação? Um local de jogar lixo? Um objeto de descarrego de minha raiva seja lá do que for? Caso você ainda não saiba ou não tenha percebido, árvores são seres vivos que infiltram água das chuvas, com maestria, profundamente no solo (mesmo as águas das fortes chuvas), elas fazem fotossíntese e respiram (o saldo é positivo – produz mais oxigênio que consome), transpiram e liberam umidade no ar, crescem e formam troncos de madeira e ainda oferecem sombra, flores, frutos e sementes, abrigam passarinhos… motivos suficiente para convencê-lo a querer cuidar delas?…

Os Sete Princípios de Sucesso da Educação Corporativa

O Treinamento e Desenvolvimento (T&D) tradicional das empresas era focado em capacitações pontuais para desenvolver habilidades específicas do trabalhador. No entanto, a era do conhecimento e as mudanças constantes do mundo VUCA (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) exigiram maior conexão entre o T&D e a estratégia do negócio. Assim, ampliou-se o papel do T&D para englobar o aprendizado humano nas organizações sob a perspectiva da Educação Corporativa (EC), cujo conceito tem origem nos trabalhos de Jeanne Meister com a criação das Universidades Corporativas.


A educação corporativa pode ser entendida como um processo no qual funcionários de todos os níveis estão envolvidos em um aprendizado contínuo e permanente para o desenvolvimento de competências individuais e organizacionais, que tem como missão favorecer o alcance das metas organizacionais. Nesse sentido, a autora Marisa Eboli definiu sete princípios de sucesso da EC. Vamos a eles!

Princípios da Educação Corporativa

Fonte: (EBOLI, 2004).

O princípio da competitividade significa valorizar a educação como forma de desenvolver o capital intelectual, transformando efetivamente os colaboradores em fator de diferenciação da empresa. Para que o sistema de educação corporativa seja bem-sucedido é preciso alinhamento entre o desenvolvimento de talentos (competências humanas) e as estratégias de negócio (competências empresariais e organizacionais).


O princípio da perpetuidade tem a ver com a doutrina e os valores que a corporação deseja que sejam transmitidos a fim de perpetuar sua existência. Nesse sentido, a educação corporativa é um dos principais veículos de consolidação, fortalecimento e disseminação da cultura organizacional.


O princípio da conectividade tem o papel de integrar a educação corporativa com a gestão do conhecimento para fortalecer a construção social do conhecimento e a troca de experiências. Um aspecto bastante ressaltado nos projetos bem-sucedidos de educação corporativa é o uso de tecnologias para criar um ambiente organizacional propício à aprendizagem ativa, contínua e compartilhada.


O princípio da cidadania traz o papel de formação de sujeitos capazes de refletir criticamente sobre a realidade organizacional. O profissional da era do conhecimento não é um mero executor de tarefas, ele também contribui para desenvolver a criatividade e a inovação na solução de problemas. As empresas reservam cada vez mais espaço em suas agendas para questões éticas e de responsabilidade social e ambiental.


O princípio da parceria tem dois aspectos: a parceria interna e a parceria externa. Internamente, é fundamental que as lideranças se envolvam e se responsabilizem pela educação e aprendizagem de suas equipes. As parcerias externas conciliam os objetivos do servidor, da organização e da instituição de ensino (externa) para a criação conjunta de programas educacionais a fim de garantir a qualificação da força de trabalho com as competências necessárias à organização.


O princípio da sustentabilidade está atrelado à mensuração dos resultados gerados pela educação corporativa para o negócio da organização. Nesse sentido, devem ser estabelecidos indicadores fidedignos para apurar os resultados dos investimentos em T&D.…

Setembro Amarelo

CBMDF em ação – CBMDF

O dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Os Bombeiros são vistos como heróis anônimos, guardiões da sociedade, anjos na terra e tantas outras denominações carinhosas com as quais nos batizam. É certo que fazemos todo o possível para merecer essa distinção. Trabalhamos com amor, altruísmo e abnegação da própria vida, pois somos muito bem treinados para isso.

É quase impossível para qualquer um de nós compreendermos o tamanho do próprio heroísmo.

Não há um sequer que afirme: “ Sim, eu sou um herói! ”.

E isso não é modéstia. O passar ilimitado de vezes pelas mesmas situações, nos torna incapazes de entender a própria grandeza de nossa missão. É virtude. É impulso. É treinamento. É missão. É um orgulho.

E quando nós precisamos de ajuda?

E quando o cansaço da rotina nos deixa frágeis e fracos?

E quando chega o dia em que não aguentamos mais passar pelas mesmas coisas?

Nestes dias, é bem difícil permanecer um herói, mas permanecemos.

Em alguns setores mais atuantes, é bem extenuante a rotina do bombeiro. É nessa hora que o verdadeiro espírito do heroísmo surge. É quando ele passa a pensar mais nos outros que em si mesmo. Passa a ter mais preocupação com sua missão do que com sua própria saúde, com sua própria vida.

Quando o próprio Bombeiro não entende que precisa de ajuda a ponto de, preventivamente, sair da rotina e se afastar das missões que, outrora prazerosas, agora são um martírio, cada plantão se torna um fardo.

Como militares, preparados para obedecer às ordens, mesmo exaustos, acabamos trabalhando e tentando sempre fazer o melhor. Calamos a dor e fazemos do silêncio o nosso tratamento individual. Expor o que talvez possa ser visto como fraqueza, nem sempre se torna uma decisão fácil.

Se acumulam o excesso da rotina pesada de ocorrências, os problemas externos ao trabalho, familiares, financeiros, psicológicos, sentimentais e emocionais. É quando o herói que socorre grita por socorro e ninguém ouve. É quando se interiorizam os problemas, por não ver solução. É quando o problema vira doença.


Depressão, ansiedade e síndrome do pânico, têm acometido um número cada vez crescente de militares nos últimos tempos. Bombeiro não é máquina. Ninguém é feito de ferro. Ser humano nenhum é, ao contrário do que nós mesmos pensamos. Porém, muitos acham que são invencíveis e não admitem a existência de dificuldades e não pedem ajuda, nem mesmo para a própria família.

Cada um sabe como é difícil e heroica a missão de permanecer um herói. Então, fique atento ao colega da guarnição que pede socorro silenciosamente. Fique atento ao colega do quartel que resiste em pedir auxílio. Observe o amigo de seção que mudou drasticamente nos últimos dias. Conversem entre si, se ouçam, se ajudem, informem à chefia imediata cada caso suspeito.

Somos Bombeiros sim, mas não somos máquinas e nem de ferro.

E muitas vezes, somos nós que estamos pedindo ajuda, somos nós que precisamos de apoio, somos nós que precisamos ser protegidos, resgatados e salvos.…

O Início da Trajetória de um Comandante

Com o intuito de extrair e manter registradas as memórias do início do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, neste ano de 2023, foram gravados 38 episódios rememorados pelo Ex Comandante-Geral do CBMDF, Cel. Paulo José.

Esse projeto foi idealizado pelo Comandante Operacional Cel. Eduardo Mundim, na sede do Comando Operacional do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.

A trajetória do Cel Paulo José se entrelaça com a história da transferência do Corpo de Bombeiros para o Distrito Federal e perdura por vários tempos.

Esse episódio retrata o início da carreira do Ex Comandante Geral, Cel. Paulo José, que teve início em 14 de março de 1958, bem como os momentos marcantes daquela época.

O Cel Paulo José nasceu no estado do Rio de Janeiro, em 1939. Seu pai era médico e sua mãe, dona de casa. Estudou no colégio Marista, da quarta série primaria até o terceiro ano científico e considera ter sido um bom aluno.

Quando ingressou no científico começou a se interessar por futebol, jogava razoavelmente bem, e jogou em clubes do Rio de Janeiro, fato que contribuiu para a diminuição as notas escolares e melhora da parte física.

Com o fato das notas escolares não estarem tão boas ao final do curso científico, o pai do Cel Paulo José ficou preocupado, achando que ele não conseguiria passar no vestibular para medicina e comentou com um amigo de trabalho, que por indicação do destino, era filho do subcomandante do corpo de bombeiros.

Esse amigo convenceu o pai do Cel Paulo José que era interessante tirá-lo do meio do futebol e colocá-lo no corpo de bombeiros já que teria uma primeira turma de formação, e que caso ele não se adaptasse, poderia retornar ao meio civil.

À época, o Cel Paulo José ficou sem chão porque a única referência que tinha sobre os bombeiros era que eles andavam em um carro vermelho e jogavam água no fogo. O amigo do pai levou os documentos para que o Cel preenchesse e se inscrevesse dessa forma, no certame.

Durante os exames o Cel ficou muito motivado e seus estudos anteriores contribuíram para que ele ficasse em quarto lugar no concurso.

Na parte de testes físicos teve subida de corda onde o Cel pensou que seria reprovado, mas esse teste foi cancelado do certame, por capricho do destino, e ninguém foi reprovado na subida de corda. Os outros exames foram realizados na escola de educação física do exército, onde ele obteve resultados excelentes, principalmente na corrida de 1500 metros.

O avaliador verificando sua habilidade de corrida, sugeriu que caso fosse aprovado para a corporação, ele poderia treinar no time do Flamengo porque havia um laço de amizade sólida entre o Comandante dos bombeiros e o referido time.

O Cel então entrou para o Corpo de Bombeiros e a primeira semana foi um choque terrível pois ele não sabia nada sobre o negócio dos bombeiros. Não sabia da hierarquia dos postos e nem sobre as rotinas da caserna.

O Cel relata que um dia durante o intervalo das aulas ele estava no pátio em conversa com um bombeiro sobre suas preocupações sobre a aplicação das técnicas de incêndio, quando o militar o encorajou a não se preocupar com a ação de apagar incêndio e sim em fazer o relatório da ocorrência.…

Dia do Soldado

GAEPH forma 33 novos socorristas – CBMDF

O Dia do Soldado é celebrado no Brasil em 25 de agosto. A data foi escolhida em homenagem ao General Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, considerado o patrono do Exército Brasileiro, sendo uma data comemorada pelas Forças Armadas e pelas Forças Auxiliares do Brasil.

No Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, é uma data comemorativa em que, oportunamente, se homenageia toda a tropa de homens e mulheres, do soldado mais moderno à Coronel Comandante-Geral.

O Dia do Soldado é um momento de reconhecimento e valorização do trabalho e dedicação dos militares que atuam na proteção de vidas, bens e meio ambiente. Trazendo, também, uma oportunidade para refletir sobre a essencialidade dos servidores públicos militares na sociedade e a importância de seu trabalho.

Falar nos Soldados em geral, é lembrar de todos: Oficiais e Praças. É lembrar de todas as gerações que serviram e servem a Instituição, desde as que já deixaram o seu legado, quanto as que estão construindo o futuro.

E não há como falar sobre o Dia do Soldado, sem citar o início e o ingresso da carreira.

Dia do Soldado é dia de lembrar com humildade que todos nós viemos do Forte Apache, da ABM, do CTO e do CEFAP.

Nascemos nas Torres Yokohama e Tóquio, aprendemos com o Lago e com o Fogo. Nos educamos nos pátios, nas salas de aula, nas viaturas e nas flexões pagas. E hoje depois de todo o conhecimento adquirido, passamos a ser os Bravos, os Leões, os Guerreiros, os Audazes, a Base, os Guardiões, os Deltas e Florestais.

Somos todas as OBMs.

Somos, simplesmente, Bombeiras e Bombeiros, que vieram da inesquecível farda caqui e do lendário macacão azul e hoje vestimos o onipresente uniforme laranja. Somos toda uma Corporação unida por um cinto de cor vermelho-vivo.

O cinto que nos une é o mesmo que nos lembra que servimos a uma comunidade e trabalhamos para salvar vidas, independente de títulos ou brevês, postos ou graduações. Somos todos nós, Soldados do CBMDF, responsáveis pelos resgates, salvamentos, buscas, combates e missões.

Somos todos, a prontidão,

Somos todos SOLDADOS DO FOGO como cantamos em nossa canção.

Feliz dia do Soldado!

Vidas Alheias e Riquezas Salvar!

Cleonio Dourado de Souza
Major Intd. Veterano

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As Histórias que os Incêndios Contam

As Histórias que os Incêndios Contam

Todo incêndio tem muito a dizer e nós precisamos ouvi-los, se quisermos preservar vidas e patrimônio.

Todos os dias, em todas as partes do mundo, ocorrem incêndios que, mesmo quando percebidos inicialmente, possuem grande potencial de dano, afetando, de modo direto, os cidadãos em suas vidas e patrimônio e o Estado, de forma indireta, pela necessidade de seguridade social, pela perda de propriedades geradoras de renda e pelos custos médicos envolvidos no tratamento de feridos.

Apesar do impacto que causam, os incêndios ainda são considerados por muitos como tragédias inevitáveis.

Editado em 1973, nos Estados Unidos da América, o Relatório America Burning foi primordial para a mudança de mentalidade daquele país, apontando a necessidade de um banco de dados dos incêndios como ferramenta para analisar suas causas e circunstâncias e para desenvolver ações de prevenção voltadas aos públicos alvos adequados.

Foi assim que nasceu o National Fire Incident Recording System – NFIRS que, desde 1973, coleta dados nacionais dos incêndios ocorridos em solo estadunidense.

É por meio de seus dados que a United States Fire Administration – USFA desenvolve estudos sobre as causas dos sinistros, com relatórios que apontam que os incêndios, em sua grande maioria, advêm de comportamentos inadequados relativos à própria segurança e de outrem, que podem ser evitados ou quando não, podem ter seu poder de dano minimizado.

Para que campanhas de prevenção sejam bem-sucedidas, e em tempo oportuno, faz-se necessário o levantamento, em cada incêndio, por menor que seja, das circunstâncias que culminaram para o seu início e sua propagação. Todo incêndio importa.

E é nessa atividade que exercem um papel fundamental os Comandantes de Socorro em uma ocorrência, registrando, em um sistema adequado e com maior número de informações possível, tanto as características dos sinistros quanto suas observações no que diz respeito ao comportamento destes.

São profissionais bem treinados para debelar os incêndios e, por isso mesmo, têm competência, habilidades e aptidão para identificar e relacionar informações importantes a respeito de como estes ocorreram e o que poderia ter sido diferente, caso medidas adequadas tivessem sido adotadas anteriormente.

Os Corpos de Bombeiros Militares no Brasil são os órgãos de Estado responsáveis por proporcionar a consolidação de tais dados e analisá-los sob a ótica de propor políticas públicas (ou ações públicas) baseadas em evidências, evitando novas tragédias, não somente por meio de códigos de segurança contra incêndio adequados, mas também por meio da conscientização da população quanto ao seu importante papel na salvaguarda de vidas e bens.

Essa coleta de dados também é conhecida como análise pós-incêndio e, sempre que possível, se vale dos trabalhos periciais realizados pelas corporações supracitadas.

Com uma base de dados robusta, confiável e em tempo oportuno, é possível direcionar efetivamente recursos humanos e logísticos, negociar orçamento público para as atividades de prevenção e impedir, juntamente com a população, que pequenas chamas se transformem em grandes tragédias.

Incêndios têm muito a nos dizer, mesmo depois de extintos. A nós, bombeiros, cabe “escutá-los” ativamente, consolidar seus dados em ações efetivas e transformar a perda no passado em segurança no presente e preservação no futuro.…

Os Heróis do Resgate 01

Há algum tempo nos acostumamos a ver uma espécie de pássaro, imaginado, sonhado e desenvolvido pelo ser humano, uma ave composta por um enorme aglomerado de peças e metais diversos. Deu-se a essa invenção o nome helicóptero.

O nome tem origem na junção das palavras gregas Helix e Pteron, respectivamente espiral e asas, unidas formam o termo “helicóptero”, denominação para um modelo de aeronave com asas rotativas ou mais comumente conhecidas como hélices. Essa concepção permite que o equipamento decole ou pouse verticalmente, bem como voar para a frente, para trás e para os lados, algo que os tornam versáteis, possibilitando emprego em muitas atividades, em especial aquelas que requerem rapidez e dinamicidade.

Estes equipamentos são muito complexos, têm o funcionamento alicerçado em intricados princípios aerodinâmicos e mecânicos, contudo a rapidez com que os helicópteros podem ser mobilizados torna-os cruciais em casos de acidentes graves, desastres naturais e emergências médicas de alto risco. Há inequívoca vantagem operacional para as instituições empregá-los como recursos estratégicos nas atividades de bombeiros.

Os helicópteros podem transportar equipes de resgate, suprimentos médicos e equipamentos especializados para o local da emergência, acelerando o processo de salvamento e aumentando as chances de sobrevivência de vítimas em situações críticas. Sua versatilidade permite acessar áreas remotas e de difícil acesso, como montanhas, florestas e áreas inundadas.

Há relatos que o helicóptero teve seu conceito desenvolvido há várias centenas de anos, entretanto a ideia moderna do helicóptero foi desenvolvida no início do século XX. Em 1907, o inventor francês Paul Cornu construiu e voou em um helicóptero primitivo que possuía duas hélices contra rotativas.

No entanto, foi Igor Sikorsky, um engenheiro russo-americano, quem projetou e construiu o primeiro helicóptero prático e operacional no final da década de 1930. Seu modelo VS-300, que voou pela primeira vez em 1939, estabeleceu a base para o desenvolvimento dos helicópteros modernos.

Desde então, os helicópteros evoluíram significativamente em termos de design, tecnologia e aplicação, tornando-se uma parte essencial das operações militares, serviços de resgate, transporte de carga e passageiros, entre outras aplicações.

O Corpo de Bombeiros Militar do DF vem usando aeronaves dessa natureza há praticamente três décadas, em serviços de salvamento, emergências médicas, entre outras atividades de proteção à vida e ao meio ambiente. A versatilidade dos helicópteros se reflete na sua importância nas atividades das instituições de salvamento. Em missões de busca e resgate, helicópteros são capazes de acessar áreas que não seriam alcançadas por outros meios.

Incontáveis vidas foram preservadas com o emprego destes equipamentos, em situações críticas e calamitosas. Não há dúvida que é uma das inovações mais valiosas da aviação moderna.

Por outro lado, sabe-se que a aviação operacional é uma atividade de extremo risco. Acidentes com helicópteros acontecem e costumam ter um desfecho trágico, resultando, na maioria das vezes em perda de vidas.

Pilotar e tripular um aparelho de asa rotativa em operação de resgate consiste em atividade de altíssimo risco. São ocorrências que exigem proeminente competência (conhecimento, atitude e habilidade) dos profissionais. Para fazer parte de uma equipe de serviço aéreo é necessário passar por treinamentos dificílimos, que testam a capacidade física, intelectual e emocional dos componentes.…

Agosto Lilás: mês da conscientização pelo fim da violência doméstica.

A lei Maria da Penha*, que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, bem como educar a sociedade acerca do tema, foi promulgada em agosto de 2006, daí o motivo de que em tal mês são realizadas campanhas de propagação de informações e ações que promovem a cultura da não violência de gênero.

Mas de onde vem esse tipo de violência? Discutir sobre violência doméstica e familiar contra a mulher é falar de reflexos estruturais da nossa sociedade, dos papéis de gênero impostos e constantemente avaliados, de contextos históricos e culturais de inferiorização e desvalorização da mulher.

Numa sociedade em que as relações de gênero estruturam-se na discriminação e na qual as pessoas crescem escutando e vivenciando estereótipos que promovem o preconceito e que podem colocar pessoas em situações de violências, facilmente essa estrutura será naturalizada e perpassada por gerações.

Para exemplificar tal desvalorização, não muito distante a mulher era proibida de estudar, trabalhar no âmbito público, votar, participar da vida em sociedade e de poder fazer as próprias escolhas, dentre outros recortes. Sua vontade pertencia, inicialmente, ao seu genitor, e, ao casar-se, passava a pertencer ao seu marido, ou seja, sempre vinculada a uma figura masculina.

Desses fatos resultam simbologias e narrativas de objetificação e subjugação das relações entre homens e mulheres, das quais se originam variados tipos de violências: assédios moral e sexual, importunação sexual, violência institucional, violência simbólica, violência política, lesão corporal, estupro, violência doméstica e familiar contra a mulher, e o mais alto grau na escalada da violência, o feminicídio.

O primeiro passo para quebrar esse ciclo de violências é a divulgação de conhecimento acerca das distintas possibilidades de existência entre pessoas de gêneros diferentes, e suas nuances; a promoção de espaços que fomentem discussões sobre a temática para o público em geral; a implementação de espaços/grupos reflexivos de pessoas autoras de violência… de modo a construir/reconstruir comportamentos que conduzam à promoção do respeito aos direitos da mulher em sua integralidade.

Nem todas as pessoas sabem reconhecer uma violência sofrida ou ao menos diferenciar cada um dos cinco (05) tipos de violências elencados na lei Maria da Penha: física, psicológica, moral, patrimonial e sexual. O papel dessa lei é, inicialmente, educar a sociedade sobre o tema, a fim de propagar informações e elucidar dúvidas do que venha a ser violência doméstica e familiar contra a mulher; elenca medidas integrativas de assistência à mulher em situação de violência; enumera (rol não taxativo) medidas que podem ser tomadas pelas autoridades competentes (medida protetiva de urgência à ofendida, bem como ao agressor), e, por fim, traz determinações punitivas em caso de descumprimento de alguma medida imposta.

Ademais, a própria lei traz, em seu artigo 8º, a importância da atuação em conjunto entre os entes federativos para promoção de ações articuladas voltadas à política pública de coibição da violência doméstica e familiar contra a mulher, sendo que, o inciso VII aborda “a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia”.…

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